sexta-feira, 30 de maio de 2008

Publicidade amiga do ambiente ou do consumidor?

Encontrei, no blog indicado em baixo, uma informação que me pareceu, além de coerente, bastante esclarecedora em relação a publicidade de automóveis catalogados como verdes, ou amigos do ambiente etc. Devo acrescentar que não elaborei uma pesquisa totalmente exaustiva sobre o assunto, mas este blog alertou-me para um factor importante esquecido por uns instantes (pelo menos na parte que me toca) e por todos conhecido, a publicidade segue as modas. Estamos a passar por um período em que estamos todos preocupados com o estado do nosso planeta (pelo menos uma boa parte) e é claro que havendo uma massa significativa de pessoas, seja criado um produto para satisfazer as "necessidades" dessas. Nesse sentido, o produto ganha uma nova imagem que entra em acordo com a procura, uma imagem ecológica. Este post somente serve para chamar a atenção de cada um em optar com consciência na aquisição dos produtos ditos ecológicos.

Peço-vos uns segundos para lerem o conteúdo deste post.

http://menos1carro.blogs.sapo.pt/61172.html

quarta-feira, 28 de maio de 2008

A dor serve para alguma coisa?

Ainda de manhã, sempre no caminho para o trabalho (parece que a minha vida somente se resume ao antes e depois do trabalho ehehe) o dia apresentava-se húmido. Ao cruzar uma esquina, equilibro-me numa contorção corporal dolorosa mas permanecendo erecto e seco, após ter derrapado sobre a calçada molhada. Uma dor aguda percorre o meu corpo abrindo espaço para pensamentos sobre a razão daquele evento. De imediato, começo a vitimar-me num choro infantil no meio do qual afirmo que se o dia começou desta forma, este iria prometer ser um dia complicado. Ao sair do metro e já tendo esquecido o episódio doloroso anterior, uma rajada de vento faz embater contra a minha cabeça o chapéu de chuva. Sentindo-me infeliz, começo a perguntar-me porque me acontece isso? E de um momento para o outro, a junção dos dois eventos tornam-se cada vez mais importantes. Sempre mantendo o pensamento positivo, ignoro o sucedido com afirmações também positivas. Alguns minutos depois, outra rajada atinge-me novamente com o chapéu de chuva. Raivoso, começo a praguejar afirmando que somente a mim pode acontecer tal injustiça. “O que terei feito para ser fustigado daquela forma” pergunto-me, “será que mereço tal castigo”, já mais calmo, “ será que existe alguma aprendizagem atrás desta miserável experiência” a partir daí, uma espiral mental é criada numa tentativa de interpretar se estava com a cabeça na lua, ou se porventura deveria parar com a minha inútil meditação matinal que deveria ajudar-me a evitar estes “desenraizamentos”, entre outras possibilidades absurdas. Insatisfeito, desisto de perceber e digo para mim mesmo: “seja o que for, isto não me irá estragar o meu dia”. Triunfante, chego ao trabalho e acendo um cigarro para queimar os últimos minutos antes de entrar. Ao esvaziar a mente de qualquer pensamento contemplando a vegetação a minha volta, olho para o cigarro e de repente, apercebo-me que estou a fugir ao nervosismo. Que estou a fumar porque me faz sentir mais calmo e ajuda-me a esquecer os momentos mais dolorosos nem que seja durante aqueles breves segundos entre acender e apagar o cigarro. Naquele momento, estou totalmente dedicado a inspirar um veneno, o fumo do tabaco, e expirar outro, a dor de momentos mais complicados.
Algumas perguntas surgem depois deste momento: “Haverá alguma razão para fugir a dor? Não será ela necessária para nos sentirmos vivos?”. Acabo por concluir que a minha vida é uma sequência frustrada em nunca sentir mal-estar. É claro que nunca tive sucesso nessa tarefa.

terça-feira, 27 de maio de 2008

Ter ou não ter...

Há já algum tempo que não escrevo e já existe muito por dizer.
Tenho passado por uma fase em que muitos projectos se encontram em standbye o que me tem ocupado a cabeça quase que constantemente. Olhando para trás e ainda com muito por fazer no futuro, tenho-me apercebido que uma vez lançado o isco, temos que esperar que o peixe morda. Racionalmente, isto já fazia sentido na minha cabeça, emocionalmente tudo deveria ter sido concretizado ontem.
No meio de toda estes remoinhos mentais, ainda tive tempo para vislumbres lúcidos que me limitei a guardar para mim próprio. Egoísta ou não, a preguiça conquistou a minha motivação assim como a minha vontade de escrever. Para mim, cada pensamento poderá ter sido valioso para me acalmar, e agora decidi partilhar um pouco de mim com a esperança que venha a ajudar outros neste momento ou noutro.

Ontem estava a regressar de férias e, ao olhar a minha volta quando me deslocava para o trabalho, apercebi-me de toda a publicidade que se encontra à minha volta. Estar fora da metrópole durante uns dias fez-me desligar desses anúncios constantes e voltar fez-me reparar em todo o marketing que nos rodeia. É claro que fiquei admirado por parecer que era a primeira vez que me apercebia de todo esse ruído visual como se fosse um ser completamente estranho àquele meio.

Tudo começou quando passava por um homem que tinha na sua posse um telemóvel de tecnologia avançada, durante um segundo apeteceu-me possuir esse pequeno aparelho de uso obsoleto uma vez que no meu bolso esquerdo estava uma versão não tão recente mas tão funcional pelo menos. No meio do trajecto até ao trabalho, é claro que vários cartazes publicitários, televisões, rádios sugeriam objectos e experiências tão importantes para a minha felicidade como para a minha afirmação egóica como ser bem sucedido socialmente. Logo após, ao sair do metro, uma fila de carros de várias marcas empurravam-se devagar na esperança de ter tempo para chegar ao trabalho. Ao olhar para o trânsito, comecei a avaliar qual seria o carro mais adequado para as minhas necessidades e qual seria o que sonharia um dia ter. Tudo isso tendo um outro já estacionado perto da minha casa.
Já perto do meu trabalho, acordo desperto rindo-me de mim próprio como quando se olha para uma criança trapalhona. Nesse instante, a forma como todo essa comunicação externa afectou a minha vida direccionando as minhas escolhas de uma forma consciente ou inconsciente fez-me sorrir por ter ficado consciente novamente.