quinta-feira, 10 de abril de 2008

O suspiro “ai..ai..”

Hoje estava a falar com algumas pessoas com quem trabalho e constatei que existe sempre um momento em que a conversa parece chegar a um ponto depois do qual os assuntos esgotaram. Nessa altura, lembrei-me dos “desbloqueador de conversas” que o Nuno Markl tão bem definiu. Nesse caso específico, o desbloqueador ocorreu depois de um grande suspiro meu e de outra pessoa seguido de um “ai…ai…pronto…tenho de ir” de ambas as partes. Depois dessa situação, estive atento a outros momentos em que reparei ser um padrão recorrente num ambiente profissional. Normalmente, este desbloqueador surge depois de uma extensa e quase exagerada conversa meteorológica e de recordações sem conteúdo de tempos mais quentes, frios, pluviosos etc…
“E o tempo hoje parece estar melhor que ontem…ontem é que esteve mesmo mal com aquele vento todo…" - olhando para o infinito - "nunca mais é verão…”- suspiro - “ai…ai…pronto…tenho de ir embora”

quarta-feira, 9 de abril de 2008

Sentimentos fora de controlo.

Ao começar este blog, tinha decidido evitar ao máximo sentimentos que considero negativos. À medida que fui escrevendo, apercebi-me que seria difícil falar desses sem falar dos que podem ser considerados negativos. Para ser sincero, seria difícil à partida, catalogar cada um dos meus sentimentos como positivo ou negativo, uma vez que o que sinto hoje como negativo poderá ser amanhã positivo, e vice-versa. É tudo somente uma questão de perspectiva.

terça-feira, 8 de abril de 2008

Ser completo.


Ao reler o que acabo de escrever e alguns posts anteriores a este, reparei que a palavra perfeição era usada regularmente. Ao reparar nesse pormenor que ainda não tinha reparado, foi-me levado a consciência o seguinte:


"Sou imperfeito por achar que alguma vez poderia ser perfeito".


É claro que qualquer filósofo ou autor o poderia ter dito por outras palavras: "só sei que nada sei", "ser ou não ser, eis a questão" sendo essas afirmações algumas das mais conhecidas.
E também essa não foi a primeira consciência que tive sobre esse assunto.
No entanto, senti-lo dentro de mim fez toda a diferença, nem que seja para um período de tempo reduzido, neste momento sinto-me, completo.

Insatisfacção permanente

No seguimento do post anterior, e também numa sequência mental da minha parte, descobri que existe em mim, uma incessante procura para ser e ter o mais perfeito possível (como já referido anteriormente). Esta procura provoca uma insatisfação constante em tudo na minha vida. Isto é, nunca sinto que está tudo bem. E mesmo quando está, pergunto-me sempre como melhorar. Na verdade, isso poderia até ser um ponto a favor. Na realidade, o que acontece é que há sempre algo a mudar, algo melhor. Claro que há sempre melhor. Mas não haverá suficientemente bom para ficar? Existirá alguma parte da minha vida que consiga nunca querer alterar porque está bem como está?
Toda esta insatisfação, em dados concretos, faz-me olhar a minha volta constantemente a procura de imperfeições. Vejo-me a dizer as pessoas "há algo a mudar aqui", "qual a aprendizagem acolá". Haverá necessidade de sempre mudar para se atingir a perfeição?
Como disse, ou deixei subentendido em posts anteriores, a perfeição humana reside na sua imperfeição. Dito isso, o que me falta para o sentir integramente?

sexta-feira, 4 de abril de 2008

Ser perfeito ou não ser…

A procura da perfeição foi, até hoje, o meu objectivo mais alto. No meio do meu caminho e enquanto tentava atingir um estado em que sentia essa perfeição, andava perdido com tentativas e mudanças constantes de estado, oscilando entre o meu melhor e o meu pior lado da minha personalidade. Sinto que perdi um dos maiores prazeres do meu caminho, ter prazer na minha mediocridade. Toda esta consciência faz-me assumir hoje perante todos que não sou um homem mais ou menos perfeito, mas sim um perfeito mais ou menos.
Não sei o que me reserva amanhã, mas sei que farei MAIS OU MENOS o meu melhor.

terça-feira, 1 de abril de 2008

A anomalia da matrix.

Quando encontro um defeito em mim ou em situações da minha vida, fico feliz por saber que foi trazido à minha consciência, o que me dá a oportunidade de o ultrapassar.

Ego.

Ao trilhar estes meandros da minha vida, pergunto-me se um dia irei encontrar a paz de ser somente o que sou, sem qualquer intenção de ser totalmente perfeito. Gostaria de olhar no espelho todos os dias e dizer para mim próprio: “Eu SOU, nada mais importa”.
Estou cansado de analisar sempre os prós e contra, o certo ou errado, quando no mais profundo de mim mesmo, sei perfeitamente que não existe tal coisa. Todas as interpretações pessoais dualistas são julgamentos egóicos de uma certa situação, pessoa ou objectos.
Estou a ler o livro “Um novo mundo” de Eckhart Tolle, e como este, muitos livros me trazem à consciência algo que sinto na minha essência do ser: Tudo não passa de uma ilusão colectiva. A ilusão de necessidade de algo para ser feliz, a ilusão de precisar de outros para sermos alguém, entre muitas outras que derivam destas.
Compreendo no entanto, que não é fácil quando se tem todo o ruído urbano da publicidade agressiva, do stress, das lamúrias, manter esse pacifismo interior que tanto quero manter. No final, o que interessa é saber que estas questões me demonstram a consciência do meu ego.